segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Afinal, onde está o amor?


Foi com surpresa que percebi o formato de um coração no fundo da minha caneca de café. Não era coisa da minha cabeça. Ali estava ele. Um coração perfeitinho.
Os que viram disseram que era porque eu estava apaixonada, os que receberam a foto por e-mail falaram que era uma fraude, possivelmente manipulação digital. Minha avó possivelmente acharia um milagre, pois a caneca possui uma mensagem da bíblia e ela é de longe a pessoa mais devota que eu conheço. Para mim era apenas uma coincidência. Uma feliz coincidência.
Ao que tudo indica, a crença de que o coração simboliza o amor surgiu no antigo Egito. Eles acreditavam que o coração era responsável por todos os sentimentos e que quando uma pessoa morria, seu coração era pesado em seu julgamento pós-morte, para ver quanto ela tinha de maldade e bondade.
Hoje nós sabemos é apenas uma simbologia. Mesmo assim seguimos usando o formato pra representar o amor. Até porque, vamos combinar que um cérebro em um cartão romântico não ficaria muito simpático.
Na verdade esse formato simboliza aquilo que é difícil expressar com palavras. O coração é universal. Em qualquer lugar do mundo podemos identificá-lo e entender a mensagem.
Mas o amor, o sentimento, se adapta a qualquer forma e para mim é como a arte, pode estar em qualquer lugar ou em um lugar que só nós enxergamos.
Tirei uma foto para registrar e para provar que não é conversa de pescador quando eu for contar essa história. A caneca ainda não tive coragem de lavar. Vá que alguém duvide.
Seja como for para mim o amor está representado ali, no fundo da minha caneca de café. E arte também, porque não?!






sábado, 11 de dezembro de 2010

Show do Horrores no Laranjal

Li ontem esse texto no Jornal Diário da Manhã (10/12, pg. 4)
O autor fala do mal gosto musical dos jovens de hoje em dia.
Eu, por sorte do destino, não me enquadro nesta maioria, e justamente por isso que fiz questão de digitar o texto e publicar aqui.
Vale a pena ler.

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Show do Horrores no Laranjal
(Autor: André Luis de Oliveira Leite)

Fui no Laranjal no domingo à tarde. Muita mulher bonita, cerveja gelada, alguns barquinhos na água e bumbuns se bronzeando com um tímido sol. Famílias para lá e para cá no calçadão. O pontal, como sempre, com seu pastel fenomenal. Enfim: O bom e velho Laranjal que costumo freqüentar todos os verões há exatamente 38 anos.

(...)

Teve os bons tempos dos fios dentais e asas deltasdos anos 80 mas de um período pra cá nossas mulheres estão comportadíssimas. O Laranjal está ótimo.

(...)

O que está sendo um verdadeiro genecídio de neurônios é o gosto musical (que de música não tem nada!) da geração 2010.
Cada caminhoneta com cada baita som mas a música que toca dá vontade de chamar o pessoal do sanatório ou da polícia! Atentado ao pudor auditivo.
Que coisa bem horrorosa o que essa 'galerinha' jovem está escutando?
O que é isso? Hoje eu já considero pagode música clássica!
Um bate estaca sem sentido, uma espécie de tecnosertanejo. Conseguiram piorar o que já era ruim.

Desaprenderam a ter senso crítico e saber diferenciar música de barulho?
Desse jeito daqui a pouco o pessoal vai estar andando de quatro e comendo com as mãos. Total involução de tudo!

Tenho certeza de que todos os grandes músicos ja falecidos e os vivos tambem devem chorar o tempo perdido tentando mudar uma geração que jamais chegara ao desenvolvimento cultural e intelectual de seus pais e avós devido ao pessimo gosto musical.

A gurizada decidiu que virar burro é moda e dá status.

sábado, 27 de novembro de 2010

Quanto vale um sonho?

A vida das pessoas é feita de sonhos. A graça da vida é essa. Torna-los realidade. Para isso, acima de tudo é necessário que ele seja atingível. Depois é preciso muita motivação, ter vontade de correr atrás, pois não faltam pessoas que falam que sonham em tocar violão, sem ao menos ter chegado perto do instrumento. Por fim é necessário planejar, estabelecer metas, ter objetivos claros e às vezes, contar um pouco com a sorte também.


Até hoje existem milhares de mulheres que sonham em casar. Elas esperam o príncipe encantado, desejam entrar na igreja de véu e grinalda, como manda o figurino, e ter uma festa inesquecível. Os homens são mais práticos, geralmente sonham com coisas materiais, como carros e motos ou imateriais como um título mundial de futebol. Meninas sonham com festas de 15 anos, meninos em ganhar dinheiro jogando bola. Todo mundo sonha com alguma coisa.

Nunca dei muita bola para festa de 15 anos, achava uma tradição besta que foi seguida por conveniência. O mesmo pensava sobre o casamento e me diziam que eu mudaria de ideia. O tempo passou e continuo passando longe da igreja, portanto pagar uma nota por um vestido branco com cauda, que só será usado uma vez e receber o aval e a "bênção" (o que quer que seja isso), de um cara que não conheço, não é lá o que eu mais quero fazer na vida.

A música entra na vida das pessoas muito cedo e na minha entrou de uma forma que acabou mudando toda minha história.
Minha sorte foi que desde pequena em casa ouvi música boa. Em geral, música clássica, bossa nova e rock and roll. Cada um desses estilos teve uma função importante para mim. A música clássica me levou a estudar piano, a bossa nova a aprender violão e o rock and roll... Bem, o rock and roll se encarregou de mudar a minha vida por completo. Não é exagero.

Como exemplo posso dizer que ele me deixou um pouco rebelde, e a rebeldia me fez não aceitar qualquer coisa como resposta. Fez eu questionar mais e buscar respostas sozinha. Ele foi responsável por eu ter conhecido meus melhores amigos. A ele também sou grata por hoje ser fluente em inglês. De uma maneira geral, agradeço por não ser mais uma em meio a tantas gurias sem coisa alguma na cabeça, preocupada com coisas superficiais e ouvindo por aí coisas que não podem nem ser chamadas de música.

Enfim, não é exagero.
Entre as bandas de rock, a que me chamou atenção desde pequena foi Beatles. Meu pai ouvia muito a fase “ié-ié-ié” enquanto eu dançava e cantarolava, mesmo sem entender muito. Quando cresci um pouco, fui procurar sozinha entender o que me encantava. E cada vez a paixão crescia mais.

Hoje Beatles segue sendo, de longe, minha banda preferida e o Paul, pra mim, o melhor dos quatro. Muito tempo passou e pouco mudou. A adoração infantil pela banda passou por paixonite na adolescência e hoje posso dizer que é amor.




O resto acho que já deu para entender. Esperei muito pelo dia 07 de novembro de 2010, dia que realizei meu sonho, em Porto Alegre. É difícil falar o tamanho da minha ansiedade durante as horas de espera na fila para entrar no estádio e o que senti quando entrei e vi o palco ali, tão pertinho. A sensação que senti durante as três horas de show e o que sinto até agora, também são impossíveis de descrever.

Muito ouvi falar que era exagero e loucura gastar tanto dinheiro com um show.
Para mim não era só um show, era um sonho. E por vezes eu achei que nunca fosse conseguir torná-lo realidade.

E afinal de contas, quanto vale um sonho?
Quanto as mulheres pagariam para um casamento perfeito? Os homens por um título de futebol? As gurias pela festa de 15, os guris para se tornarem jogadores?

É exatamente como aquela propaganda. Nessa ocasião, o valor do ingresso é X, o transporte Pelotas - Porto-Alegre é Y e realizar um sonho... Isso não tem preço.

Cá estou, de volta ao blog.
Tirando a poeira daqui. E o mofo.
De repente me veio vontade e inspiração pra escrever e também para dividir estas coisas. O motivo talvez seja ele, mas talvez sejam outras coisas também. Talvez.