sábado, 27 de novembro de 2010

Quanto vale um sonho?

A vida das pessoas é feita de sonhos. A graça da vida é essa. Torna-los realidade. Para isso, acima de tudo é necessário que ele seja atingível. Depois é preciso muita motivação, ter vontade de correr atrás, pois não faltam pessoas que falam que sonham em tocar violão, sem ao menos ter chegado perto do instrumento. Por fim é necessário planejar, estabelecer metas, ter objetivos claros e às vezes, contar um pouco com a sorte também.


Até hoje existem milhares de mulheres que sonham em casar. Elas esperam o príncipe encantado, desejam entrar na igreja de véu e grinalda, como manda o figurino, e ter uma festa inesquecível. Os homens são mais práticos, geralmente sonham com coisas materiais, como carros e motos ou imateriais como um título mundial de futebol. Meninas sonham com festas de 15 anos, meninos em ganhar dinheiro jogando bola. Todo mundo sonha com alguma coisa.

Nunca dei muita bola para festa de 15 anos, achava uma tradição besta que foi seguida por conveniência. O mesmo pensava sobre o casamento e me diziam que eu mudaria de ideia. O tempo passou e continuo passando longe da igreja, portanto pagar uma nota por um vestido branco com cauda, que só será usado uma vez e receber o aval e a "bênção" (o que quer que seja isso), de um cara que não conheço, não é lá o que eu mais quero fazer na vida.

A música entra na vida das pessoas muito cedo e na minha entrou de uma forma que acabou mudando toda minha história.
Minha sorte foi que desde pequena em casa ouvi música boa. Em geral, música clássica, bossa nova e rock and roll. Cada um desses estilos teve uma função importante para mim. A música clássica me levou a estudar piano, a bossa nova a aprender violão e o rock and roll... Bem, o rock and roll se encarregou de mudar a minha vida por completo. Não é exagero.

Como exemplo posso dizer que ele me deixou um pouco rebelde, e a rebeldia me fez não aceitar qualquer coisa como resposta. Fez eu questionar mais e buscar respostas sozinha. Ele foi responsável por eu ter conhecido meus melhores amigos. A ele também sou grata por hoje ser fluente em inglês. De uma maneira geral, agradeço por não ser mais uma em meio a tantas gurias sem coisa alguma na cabeça, preocupada com coisas superficiais e ouvindo por aí coisas que não podem nem ser chamadas de música.

Enfim, não é exagero.
Entre as bandas de rock, a que me chamou atenção desde pequena foi Beatles. Meu pai ouvia muito a fase “ié-ié-ié” enquanto eu dançava e cantarolava, mesmo sem entender muito. Quando cresci um pouco, fui procurar sozinha entender o que me encantava. E cada vez a paixão crescia mais.

Hoje Beatles segue sendo, de longe, minha banda preferida e o Paul, pra mim, o melhor dos quatro. Muito tempo passou e pouco mudou. A adoração infantil pela banda passou por paixonite na adolescência e hoje posso dizer que é amor.




O resto acho que já deu para entender. Esperei muito pelo dia 07 de novembro de 2010, dia que realizei meu sonho, em Porto Alegre. É difícil falar o tamanho da minha ansiedade durante as horas de espera na fila para entrar no estádio e o que senti quando entrei e vi o palco ali, tão pertinho. A sensação que senti durante as três horas de show e o que sinto até agora, também são impossíveis de descrever.

Muito ouvi falar que era exagero e loucura gastar tanto dinheiro com um show.
Para mim não era só um show, era um sonho. E por vezes eu achei que nunca fosse conseguir torná-lo realidade.

E afinal de contas, quanto vale um sonho?
Quanto as mulheres pagariam para um casamento perfeito? Os homens por um título de futebol? As gurias pela festa de 15, os guris para se tornarem jogadores?

É exatamente como aquela propaganda. Nessa ocasião, o valor do ingresso é X, o transporte Pelotas - Porto-Alegre é Y e realizar um sonho... Isso não tem preço.